(Why is it so dificult for Portugal?)
Porquê? É do tempo? É do mar? É da História? É do quê?!
Eu sei, temos o Cristiano Ronaldo, o Mourinho e mais umas tantas outras “personalidades” que nos orgulham ou orgulharam-nos enquanto povo sob a mesma cultura e Nação. O mais estranho deste facto é que ainda não nos apercebemos que estas pessoas não são como nós, para serem bem sucedidas tiverem que fazer, pensar, agir, falar de forma diferente de todos os outros, e de facto empenham-se (ou empenharam-se), com determinação e imaginação, em serem os melhores. Quantos de nós podemos dizer o mesmo?
Quantos de nós vamos trabalhar com a motivação para darmos o nosso melhor, com a determinação para vencermos, inovarmos e mudarmos para melhor o estado de coisas? Quantos de nós vemos o trabalho para além de uma necessidade? E quem diz o trabalho diz escola, universidade, tudo! simplesmente tudo o que fazemos, vemos, sentimos é uma oportunidade para nos realizarmos.
A verdade é que a atitude geral da maioria dos portugueses é completamente distinta da atitude daqueles que idolatramos e isto é um problema tão profundo que se tornou parte da nossa cultura (mas é de facto apenas uma pequena parte da nossa identidade cultural) e o mais grave é que muitos de nós nos orgulhamos disso. O chegar atrasado e não cumprir prazos, o não planear, o arranjar desculpas, o dizer mal de tudo e de todos e não fazer nada para mudar, o achar que copiar e fazer cábulas é normal e aceitável, o achar que para tudo à atalhos e soluções do tipo desenrasca, o pedir subsídios ao estado, as cunhas, os favores, os facilitismos etc… Muitas vezes, pequenas coisas, mas de tal forma disseminadas que minam as nossas hipóteses individuais e colectivas
Eu não quero dizer que tudo é mau, porque não é. A capacidade que nós temos de resolver situações inesperadas é fenomenal é muito útil quando realmente necessário, mas não é uma coisa com que se deva contar sempre e por isso deixar-mos de fazer o que deve ser feito. E o problema é exactamente esse, esquecemos-nos que o caminho é tão importante como o fim. Lembro-me dos muitos licenciados que acham que só por terem um diploma são alguém. Não é só ter o diploma é o que realmente o que sabem e o que aprenderam.
O pior é que esta cultura é abraçada pelo exemplo que vem de cima. Os políticos. O clubismo da liga política no campo da assembleia não representativa, onde as leis são produzidas sem planeamento, sem um fio condutor, onde o País é encaminhado de forma esquizofrénica pelo aparentemente inevitável alternar político ao longo do imparável tempo, onde o poder é a ambição, as competências e responsabilidades ínfimas e onde a realidade e interesses são ultrapassados por convicções e paixões de pessoas extemporâneas e inconsequentes.
Inconsequentes, porque não estamos sós. O mundo não é só Portugal e nós somos afectados como temos a capacidade de influenciar os outros. E não se iludam, nós não conseguimos viver fechados numa doma, livres de influências externas e nem pode ser esse o caminho que Nos (Humanidade) interessa.
E isto traz-me à minha conclusão. Nós, os Portugueses em geral, não temos a preparação cultural para “vencer” (não no sentido de fazer os outros perderem) num mundo livre a aberto, com determinação, empenho, vontade e prazer, que se reflectem na qualidade e aceitação de tudo o que fazemos. Mas temos de certeza a capacidade e o potencial, como está reflectido por toda a nossa história.